Personagem Feliz

Assim como um jogo de RPG onde o jogador assume a identidade de um personagem em um mundo de fantasia ou virtual, muitos hoje em dia utilizam da mesma prática para ter sua própria versão desejada nas redes sociais. O poder dos filtros e o ato de compartilhar apenas momentos de felicidade e conquista incentivam a simulação de uma vida que não existe, onde não há altos e baixos ou qualquer tipo de vulnerabilidade emocional.

Nas redes sociais podemos assumir um personagem, criar uma versão de nós que possívelmente nunca existiu ou existirá, uma versão alimentada por likes onde o principal fator é o ego e a soberania social. Assim como muitos que fazem cosplay e se vestem da mesma forma que seus personagens favoritos também teremos indivíduos que poderão assumir uma nova identidade em seu cotidiano baseado no que foi criado virtualmente? Quanto será que nossas decisões ou momentos estão sendo direcionados baseados em aprovações alheias de likes e views?

Quanto mais tentamos nos apróximar desta versão perfeita mais nos distanciamos da felicidade e nos aproximamos da angústia e vazio emocional pois não somos fotos ou videos repletos de felicidade, likes ou views, mas sim seres emocionais onde a alegria e a tristeza se completam para valorização e aprendizado em cada um de seus momentos.

Arte: Sorayama

Categories: Espiritualidade, Saúde