Bipolar

Vivemos em um mundo bipolar, onde é necessário ter um posicionamento e opinião sobre tudo e todos, pertencendo a um único grupo que nos molda e atribui ideologias, formas de pensamento e padrões de comportamento, anulando e ignorando a multidisciplinaridade do ser humano. 

Com este novo rótulo ficamos dispostos a redefinir amizades e até mesmo os nossos laços familiares, nos moldamos de forma sazonal e descartável ao ponto de padronizar nossas formas de vestir e de se comunicar, utilizando frases ou termos gramaticais comuns uns aos outros do mesmo grupo, repleto de vícios de linguagens e frases de impacto. Tudo isso em pró de uma ideologia, seja ela política, comportamental, social ou econômica, mas o que realmente importa é o sentimento de pertencimento a algo, onde o seu principal idealizador não possui qualquer noção da sua existência ou pertencimento. 

Minimizar a multidisciplinaridade de nossa existência ao pertencer a um único grupo limita o nosso desenvolvimento intelectual e consequentemente contribui menos para uma mudança positiva da sociedade, onde assumimos um papel pré-determinado e compartilhamos de comportamentos comuns, sendo apenas uma pequena parte de um grupo massificado onde a sua existência pode ser facilmente substituída. Além disso ficamos presos a uma bolha de informações padronizadas que é formada com aquilo que queremos ler ou ouvir, esquecendo totalmente do que é adverso ou diferente as nossas percepções. Nos cercando apenas daquilo que queremos ler ou ouvir minimiza o nosso desenvolvimento e assim teremos atitudes de crianças mimadas e choronas, pois não saberemos lidar mais com a adversidade, e ao invés de aprender com aquilo que é diferente e nos trará conhecimento, acabará insistindo que sua opinião ou comportamento prevaleça até conseguir o que realmente deseja.

O que nos tornar especial e insubstituível é a nossa forma única de pensar e agir, que deve ser construída por nós mesmos baseados em nossas experiências e interpretações, enquanto estivemos assumindo papéis padronizados e direcionando nossas ações em benefício de um grupo, minimizamos a nossa existência e nos tornamos apenas uma peça chave para uma causa maior onde apenas aquele que não te conhece irá se beneficiar.

Arte: Faceless Composition – Lara Faire

Categories: Espiritualidade